Biografia Padre Moreau
“Uma vez Jesus conhecido e amado no mundo, tudo se renovará; a luz do Evangelho dissipará as trevas do século; a sua moral regenerar-lhe-á os costumes e a justiça reinará” Pe. Basílio Moreau
Basílio Moreau nasceu em 11 de fevereiro de 1799, na aldeia de Laigné, perto do Mans, na França. Ele é o oitavo filho de Louis Moreau e Louise Pioger Moreau, seu pai era um pequeno negociante de vinhos, Moreau manifestou ainda criança, de forma clara e decidida, sua vocação e aspirações. Perguntado sobre o que iria ser quando crescesse, o pequeno Basílio respondia sem hesitação:
– Como o nosso vigário, vou celebrar missa, dar aulas e, depois, pregar por toda a parte.
Aos 10 anos, dois antes da idade exigida naquela época, Basílio recebeu a comunhão e, depois de confiar ao pároco local: Julien Le Provost, que gostaria de ser sacerdote, passou a receber aulas de latim na casa paroquial.
Em 1814, com 15 anos deixou a família para estudar no Colégio “Chateau-Gontier”, onde se tornou um dos melhores alunos. Três anos mais tarde, aos 18 anos, ingressou no Seminário Maior do Mans e aos 21 assumiu os votos de Castidade, obediência, Pobreza e de jejuar nas sextas-feiras, tudo isso, para penitenciar-se das suas faltas e conseguir um amor, sempre maior, de Jesus Cristo.
Em 1821, com apenas 22 anos, era ordenado sacerdote. O seu zelo e ardor pelo estudo contribuiu que fosse lecionar no Seminário de filosofia no Mans, além de receber um número cada vez maior de solicitações para pregar nas diversas paróquias da redondeza.
Em espírito de obediência, assumia todas essas tarefas com grande zelo sem, no entanto, deixar de consagrar, anualmente, diversos dias ao retiro espiritual. Seus trabalhos como professor e pregador permitiram-lhe perceber a grande importância do ensino e da capacitação de professores.

Em 1835, em sociedade com dois sacerdotes e dois seminaristas, Pe. Moreau começou a ocupar-se da educação de quarenta crianças. Nesse mesmo ano, assumia a direção da Associação dos Irmãos de São José, obra iniciada pelo Padre Tiago Dujarié, destinada à educação dos jovens das aldeias francesas.
Da união das duas sociedades: sacerdotes auxiliares e irmãos de São José, nasceu a Congregação de Santa Cruz. A providência vai ainda convidar o Pe. Moreau ampliar a Congregação com a fundação das Irmãs Marianitas, o que seria a realização completa do sonho de seu sonho: “Eu tinha concebido uma inspiração de fundar três sociedades consagradas aos Santíssimos Corações de Jesus, Maria e José e unidas entre si como a Sagrada Família”. (Pe. Moreau, 1839).
O zelo de Pe. Moreau o levou a gestos corajosos, motivou seus Religiosos a trabalharem não somente na França, mas em outros países. De fato surgiam solicitações de vários Bispos como da Argélia, Estados Unidos, Canadá, Itália e Índia. E já em 1841 os pedidos começaram a ser atendidos, o que consequentemente o alertou para a importância de um estatuto jurídico que garantisse a liberdade de ação da Congregação.
O Papa Pio IX aprovou os Estatutos da Congregação de Santa Cruz em 1857, após anos de muita luta de Pe. Moreau contra a incompreensão de setores menos ortodoxos da Igreja. A principal oposição aos ideais desse apaixonado pela justiça vinha do Bispo do Mans, Dom Bouvier, que temia perder sua total jurisdição sobre Santa Cruz.
O rápido crescimento da Congregação, em condições econômicas desfavoráveis, levou ao endividamento irreversível da entidade. Diversos bens foram vendidos e, em 1865, Pe Moreau escreveu ao Papa pedindo demissão de Superior Geral da entidade à qual dedicara quase toda sua vida.
Retirado numa pequena casa pertencente às Irmãs Marianitas, que se haviam unido à Santa Cruz em 1841 por sua iniciativa, Pe. Moreau entregou-se à pregação com o ardor e a fé que o acompanharam até a sua morte em 20 de janeiro de 1873, aos 74 anos.
Inspirada em seu exemplo, a Congregação de Santa Cruz seguiu adiante e vencendo obstáculos, chega aos dias de hoje consolidada e fortalecida em sua luta pela formação cristã e integral de Crianças e Jovens.