O Domingo: 11º Domingo do Tempo Comum

Reflexão

O povo judeu, exilado na Babilônia durante 48 anos, sofreu muito. Sem mais templo para onde rezar e com pouca casa de oração, muita gente perdeu a fé em Javé. Agora, o povo pode voltar para sua terra. Esse pequeno “resto” é comparado pelo profeta Ezequiel a um galho, um raminho fraco, mas que servirá de muda para ser transplantado em Jerusalém e crescerá de novo. Este pequeno rebento criará raízes e se tornará, pela força de Deus, uma árvore frondosa na qual os pássaros poderão abrigar-se. O que importa é plantar este galho. Já quanto ao crescimento, será obra de Deus. Pois é Ele quem eleva a árvore baixa! O povo rebaixado pelo exílio poderá reerguer-se. Como diz o canto do salmista: “o homem justo” – ajustado, à vontade de Deus – “cresce igual ao cedro do Líbano”.

O Reino de Deus é uma realidade misteriosa, a qual Jesus costuma anunciar por meio de parábolas. Antes de tudo o Reino é obra de Deus. Todavia, sem a participação dos discípulos missionários de Jesus, que somos nós, o Reino não cresce, pois é como um ser vivo. Todo ser vivo começa pequeno. No início, é uma semente. O agricultor seleciona a semente, lavra a terra, semeia no tempo certo, contando com a chuva. O resto, a natureza encarrega-se de fazer! Porém, a natureza procede lentamente. É preciso paciência. A planta não aparece de forma espetacular como acontece numa tempestade, isto é, de repente.

Certa vez, meu pai enterrou algumas sementes de feijão ornamental no jardim da nossa casa. Eu, com 3 anos de idade, me arrastava no chão do jardim todos os dias para ver os brotos de feijão saírem da terra. Passaram-se os dias e nada acontecia, até que um belo dia apareceram alguns deles. Eu ia ver todos os dias. Uma semana depois, apareceram três novos brotos.  Eram atrasados e menores. Eu puxei cada um desses últimos para ficarem iguais aos outros, mas eles quebraram. Aí que eu entendi que precisava ter paciência com o crescimento da vida. O crescimento do Reino também é assim: A Palavra de Deus é anunciada (semeada). O ser humano acolhe e assimila a mensagem até ela dar fruto. Porém, é preciso contar com o tempo e ter paciência.

A segunda parábola aponta o contraste entre a pequena semente de mostarda e o arbusto grande que ela produz. Aqui podemos perceber o aspecto social do Reino de Deus. No Reino, a multiplicação dos pequenos gestos de amor, de justiça e de solidariedade podem ter uma grande influência na sociedade. São humildes exemplos na construção de um mundo novo.

Muitos cidadãos americanos querem ainda dominar o mundo. A fama, o poder e a grandeza estão na moda. As nações querem apresentar resultados grandiosos e muito visíveis. O Reino de Deus também tem que ser o maior, pois Deus é o Todo-poderoso. Todavia a lei da evolução sempre exige uma união mais firme entre as partes para que apareça um ser maior. Ser mais é unir-se mais e unir-se mais é ser mais. Se todos os países chegassem a formar uma união baseada na declaração universal dos direitos da pessoa humana, a humanidade estaria perto de conhecer o Reino de Deus. O Reino de Deus é espiritual e interior, baseado sobre valores como AMOR, JUSTIÇA, VERDADE, LIBERDADE, FRATERNIDADE, SOLIDARIEDADE E PACIÊNCIA. Além disso, o Reino de Deus exige o reconhecimento de um PAI COMUM. Para viver como irmãos e irmãs precisamos reconhecer que somos filhos e filhas do mesmo Pai.

Nós cristãos devemos dar um exemplo ao mundo pela fé que temos em fazer parte de um Templo Espiritual feito de pedras vivas, cuja Pedra Fundamental é Jesus Ressuscitado. É hora de provar isso por um comportamento coerente com a fé no Evangelho. Paciência! O Reino ainda é pequeno. Mas o Reino vai acontecer custe o que custar pois é obra de Deus. E juntos podemos acelerar sua realização! É só querer. – Com mãos à obra, sim!

  Pe. Lourenço, CSC

 

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