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  • Artigo (3/4): 1 ano de Fratelli Tutti, por Rivaldo Oliveira

    Artigo (3/4): 1 ano de Fratelli Tutti, por Rivaldo Oliveira

    III – A Comunidade Mundial no acolhimento ao imigrante

    Continuação da nossa série de artigos sobre a Carta Encíclica Fratelli Tutti (veja a última edição clicando aqui):

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    Em vários países subdesenvolvidos falta trabalho estável e condições dignas de sobrevivência para homens e mulheres, imagens e semelhança do próprio Deus. Ademais, lhes faltam alimento, remédio, moradia e terra para cultivo. Neste sentido o Santo Padre Francisco adverte que:

    Muitas vezes, constata-se que, de fato, os diretos humanos não são iguais para todos. O respeito a esses diretos ‘é condição preliminar para o próprio progresso econômico e social de um país. […]. Mas, observando com atenção aas nossas sociedades contemporâneas, nos deparamos com numerosas contradições que nos induzem a perguntar se realmente a igual dignidade de todos os seres humanos (FT 22). 

    A economia mundial avança com suas leis excludentes do mercado monetário. O progresso, o desenvolvimento e a riqueza se encontram nas mãos de poucos. Pouquíssimos têm acesso a esta prosperidade que o mercado financeiro proporciona enquanto a maior parte da população mundial padece faltando-lhes o essencial para sobreviver, os recursos básicos que lhes garantem uma vida digna. Posto isto, o Vigário de Cristo nos diz em sua mais recente Encíclica que:

    É verdade que uma tragédia global como à pandemia da Covid-19 despertou, por algum tempo, a consciência de sermos uma comunidade mundial que viaja no mesmo barco, em que o mal de um prejudica a todos. Recordamo-nos de que ninguém se salva sozinho, de que só é possível salvar-se juntos. ‘Tempestade – dizia eu – desmascara a nossa vulnerabilidade e deixa a descoberto as falsas e supérfluas seguranças com que construímos os nossos programas, os nossos projetos, os nossos hábitos e prioridades (FT 32).

    Outra temática significativa para o Santo Padre e que ele novamente lança luz sobre esta ótica na Fratelli Tutti é o tema das migrações em massas e as consequências da falta de políticas de acolhimento aos migrantes. Vivemos em uma guerra pandêmica da migração sem limites. Milhares de homens e mulheres deixam os países de origem e a sua pátria natal para tentar a vida em outro país, fugindo da fome, da guerra e de outras problemáticas sociais que assolam os seus lares.

    Infelizmente, muitos destes nossos irmãos não são aceitos nos países em que almejam a construção de um novo capítulo de suas vidas. Estes países, mesmo vivenciando o apogeu de grandes desenvolvimentos econômicos, criam barreiras de impedimentos para que migrantes e estrangeiros não sejam acolhidos e aceitos em seu território. Percebemos com isto uma grande incongruência: se por um lado desenvolveram-se financeiramente, por outro falta-se desenvolver humanamente para acolher o outro; o necessitado; o estrangeiro. Acerca disto o Bispo de Roma destaca que:

    Tanto na propaganda de alguns regimes políticos populistas como na leitura de abordagens econômico-liberais, defende-se que é preciso evitar, a todo custo, a chegada de pessoas migrantes. Simultaneamente, argumenta-se que convém limitar a ajuda aos países pobres, para que cheguem ao ‘fundo do poço’ e decidam adotar medidas de austeridade. Não se dão conta de que, por trás dessas afirmações abstratas e difíceis de sustentar, há muitas vidas dilaceradas. Muitos fogem da guerra, de perseguições, de catástrofes naturais (FT 37).  

    Bibliografia: FRANCISCO, PAPA. Carta encíclica Fratelli tutti. Sobre a fraternidade e a amizade social (FT). Roma: Librería Editrice Vaticana, 2020.


    Rivaldo Oliveira, CSC

  • O Domingo: 29º Domingo Do Tempo Comum

    O Domingo: 29º Domingo Do Tempo Comum

    Reflexão

    Isaías anuncia que Deus vai enviar o Seu servo – o Servo de Javé. Esse Servo de Deus libertará o povo carregando o peso de seus pecados. Jesus vai corresponder plenamente à profecia anunciada do Servo sofredor: Ele é o pastor que dá a vida pelas ovelhas e nada faz em benefício próprio, mas segundo a vontade do Pai.

    Atualmente, em nossa sociedade, muitos procuram prestígio e fama. Outros buscam posições de autoridade em benefícios próprios e não muito em função do bem comum. Há várias maneiras de tornar-se “importante” e adquirir uma “autoridade”: o poder político adquirido pelo voto da maioria; os poderes jurídico e militar dos juízes e generais; também pela competência profissional do cientista, médico, tecnólogo, engenheiro e economista; bem como a autoridade oriunda do talento de artistas, professores e escritores; e a fama adquirida por cantores, atletas e comunicadores da mídia.

    Os 12 apóstolos seguiram Jesus não só porque foram convidados, a maioria foi seduzida pela personalidade de Jesus e depois por sua fama no meio do povo fazendo milagres. Havia também aquela esperança de ver o mestre tomar posse no reino que Ele pregava e então, reservar para seus apóstolos as posições e funções mais importantes. Na época a expectativa era grande de ver aparecer um chefe que fosse o messias anunciado pelos profetas para libertar o povo de Israel. O Reino de Deus estava para chegar, conforme anunciava João Batista: “O Reino de Deus está próximo”.

    Quando Jesus falava dele mesmo, Ele empregava o título de “Filho do Homem”, fazendo referência ao profeta Daniel que, numa visão noturna, viu um ser descendo do céu para estabelecer um reino definitivo na terra, nestes termos: “Entre as nuvens do céu vinha alguém como um Filho do Homem. Foi-lhe dado poder, glória e reino, e todos os povos, nações e línguas o serviram. O seu poder é um poder eterno, que nunca lhe será tirado. E o seu reino é tal que jamais será destruído” (Dn7,13).

    Os apóstolos não eram bobos! Eles seguiam a Jesus esperando ver o mestre tomar posse um dia e estabelecer um governo sob a tutela de Deus. Um certo dia, eles discutiram pelo caminho para saber qual deles seria o mais importante no Reino. Neste domingo, vemos no Evangelho de Marcos, João e Tiago se aproximarem de Jesus para pedir o favor de um se sentar a sua direita e o outro a sua esquerda. A resposta de Jesus veio em termos de um teste: “Podem beber o cálice que eu vou beber?”. Jesus vai beber o seu cálice de sofrimento, isso é, ser alvo de críticas, perseguições e difamações até ser morto. Porém, é Deus quem vai escolher os lugares para cada um trabalhar na construção do Reino quando Cristo não estiver mais visivelmente presente.

    Depois, Jesus reuniu todos e deu uma boa lição sobre o que torna alguém mais importante: é aquele que está a serviço de todos a ponto de dar a vida pelo povo. Com isso, o Messias propõe um novo modelo de autoridade, não com base em regimes autoritários, mas baseado no serviço mútuo, generoso e sincero, motivado pelo próprio exemplo do mais dedicado. Jesus esclareceu que seu Reino está fundado sobre a lei do serviço, e não na busca do poder. A receita para conquistar grandeza é pelo serviço fraterno. Um outro caminho para ser importante é servir gratuitamente, pois a gratuidade é uma ferramenta divina para a construção do Reino.


     Pe. Lourenço, CSC

     
     
     
     
     

     

     
     
  • Artigo (2/4): 1 ano de Fratelli Tutti, por Rivaldo Oliveira

    Artigo (2/4): 1 ano de Fratelli Tutti, por Rivaldo Oliveira

    II – O Homem Contemporâneo individualista, egoísta e narcisista

    Continuação da nossa série de artigos sobre a Carta Encíclica Fratelli Tutti (veja a última edição clicando aqui):

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    O mundo está se tornando cada vez mais uma ilha devido a luta de interesses e o desenvolvimento tecnológico avança assustadoramente. O ser humano contemporâneo ou secularizado está cada vez mais individualista, egoísta e narcisista.

    Percebe-se que o homem contemporâneo vivencia uma grande contradição em si mesmo. Se por um lado ele avança cada vez mais em suas tecnologias de pesquisa e em sua racionalidade, no qual poucos prosperam financeiramente, nota-se, entretanto que o ser humano tem muito ainda o que avançar no que tange às relações fraternas, consciência do bem comum, responsabilidade em desenvolver meios e mecanismos de proteções ao meio ambiente e a nossa Casa Comum.

    Neste aspecto, o Papa Francisco escreve sabiamente estas palavras de alerta:

    A tecnologia avança continuamente, mas ‘como seria bom se, ao aumento das inovações cientificas e tecnológicas, correspondessem também uma equidade e uma inclusão social cada vez maiores! Como seria bom se, enquanto descobrimos novos planetas longínquos, também descobríssemos as necessidades do irmão e da irmã que orbita, ao nosso redor! ’ (FT 31).

    Proficuamente, se faz necessário políticas públicas que visem projetos de uma economia integral, isto é, sem destruir e contaminar o meio ambiente e o lugar por excelência onde habitamos, o nosso planeta terra. De fato, com a exploração dos recursos naturais, bens como, águas e outros recursos minerais são afetados e, como consequência desta falta de cuidado e zelo pelo meio ambiente, as pessoas os mais vulneráveis socialmente são as que mais sofrem com esta destruição ambiciosa dos grandes.

    Em consonância a isto, adverte-nos o Sumo Pontífice na Carta Encíclica sobre a fraternidade e a amizade social:

    Cuidar do mundo que nos rodeia e sustenta significa cuidar de nós mesmos. Mas precisamos nos construir como um ‘nós’ que habita a Casa Comum. Tal cuidado não interessa aos poderes econômicos que necessitam de um ganho rápido. Frequentemente as vozes que se levantam em defesa do meio ambiente são silenciadas ou ridicularizadas, disfarçando de racionalidade o que não passa de interesses particulares (FT 17).

    Neste aspecto, o espírito da competição e a insaciável ambição dos grandes pelos seus próprios interesses individuais sobrepõem ao cuidado e à consciência responsável em zelar pelo bem comum. De fato, a ambição do ser humano leva muitos a atitudes escravocratas em pleno século XXI, no qual percebemos que os que mais estão suscetíveis a esta exploração exacerbada são os idosos, os negros, as crianças e os imigrantes, classes de pessoas que mais sofrem com a mentalidade de exploração sem limites.

    Neste sentido, o Papa Francisco ressalta o quanto o sistema capitalista está permeado e fomenta nas pessoas a mentalidade da cultura do descarte; da indiferença frente ao outro; da ganância desenfreada; do consumo sem limites e da destruição da Casa Comum, levando-nos a uma “seleção que favorece um setor humano digno de viver sem limites. No fundo, as pessoas já não são vistas como um valor primário a respeitar e cuidar, especialmente se são pobres ou deficientes” (FT 18). “E, assim, o medo nos priva do desejo e da capacidade de encontrar o outro (FT. n. 41).

     

    Bibliografia: FRANCISCO, PAPA. Carta encíclica Fratelli tutti. Sobre a fraternidade e a amizade social (FT). Roma: Librería Editrice Vaticana, 2020.


    Rivaldo Oliveira, CSC

     

  • O Domingo: 28º Domingo Do Tempo Comum

    O Domingo: 28º Domingo Do Tempo Comum

    Reflexão

    Segundo o livro da sabedoria, existem pessoas ajuizadas e pessoas tolas: umas põem sua segurança nos bens materiais (ouro, prata, pedras preciosas, dinheiro, terras, heranças); outras valorizam a fama e o poder também ligados às riquezas. Outras ainda põem toda a importância na saúde e na beleza, que também são provisórias. Finalmente, existem aquelas pessoas que escolhem a sabedoria do bom senso de uma consciência livre de dependências criadas pelo dinheiro, pelo vício e pelos maus hábitos.

    As pessoas que possuem muitas coisas não são mais livres por causa disso. Frequentemente a riqueza possui ou domina o seu dono. Ele fica possuído pelas inúmeras coisas. Tanta coisa para administrar: impostos para pagar, manutenção de propriedades, preocupações com suas aplicações bancárias, frequentes roubos, gastos com segurança de seus bens e algumas perdas na Bolsa de Valores…

    O homem rico do evangelho, no caminho de Jerusalém, devia ser um Saduceu e devia ter recebido muita terra em herança. Mas ele não está satisfeito. Se nunca trabalhou para adquirir toda sua riqueza, é normal que não ache muita satisfação em cuidar dos bens que ganhou por herança sem ter suado para adquirir toda aquela riqueza. Ele não parece estar com vontade de trabalhar para conseguir mais riqueza. O que ele quer é viver para sempre. Ele procura Jesus perguntando como fazer para ganhar a vida eterna – isto é, conseguir uma vida eterna. Teria sido melhor se tivesse dito para “comprar a vida eterna”, porque tinha muita grana e bastante juízo. Ele sabe e, conforme o tempo passa, ele sente que tudo o que tem ainda é provisório. Então, o que ele quer é um seguro de vida eterna. Jesus diz que antes de tudo ele tem que seguir os 10 mandamentos da Lei de Moisés, isto é, o decálogo.

    Porém, a lei que Moisés recebeu de Deus não suficiente para entrar no Reino de Deus que Jesus veio inaugurar. No Reino de Deus, não basta evitar pecar. É preciso criar um mundo de amor, justiça, igualdade, solidariedade e caridade. Para que isso aconteça, é preciso trabalhar para ajudar os pobres, vender suas riquezas para conseguir isso e seguir Jesus. O mais difícil vai ser seguir os passos de Jesus, imitá-Lo e, o mais difícil ainda, seguir seus ensinamentos. Aí vai precisar de muita disposição. Mas vale a pena tentar porque vai receber de graça um tesouro no céu! Agora é tudo ou nada. É vender tudo e poder entrar no reio ou ficar como está e ir embora? Aquele homem era rico demais. É difícil deixar tudo. Vai dar trabalho vender tudo. E então, será que seguir Jesus vai dar certo? Ele ficou triste e foi embora com sua tristeza para tentar consolar-se voltando para suas riquezas.

    Que pena! Com um pouco de sabedoria ele teria trocado sua herança e seu dinheiro pelo serviço gratuito; trocaria sua boa vida pela felicidade de muitas pessoas; trocaria seu acúmulo de dinheiro por uma instituição de caridade ou qualquer instituo filantrópico.

    Teria sido uma bela história para contar para muita gente rica que ainda não encontrou a felicidade que existe em doar de graça. São Paulo já escreveu que Jesus tinha dito que “há mais felicidade em dar do que em receber”. São Paulo acreditou nisso e tornou-se um feliz apaixonado por Jesus, sendo o maior de todos os missionários.

    Os apóstolos ficaram espantados e perguntavam uns para os outros: “então, quem pode ser salvo?”. Jesus disse “Para os homens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus tudo é possível”. Pedro, então, disse: “Eis que nós deixamos tudo e te seguimos”. Quem faz isso, vender tudo e depois seguir verdadeiramente Jesus, com certeza vai herdar a vida eterna. Mas não por mérito próprio para orgulhar-se, pois ninguém pode exigir a vida eterna em pagamento de seus méritos. Deus dá a vida eterna de graça, porque Deus sempre faz tudo de graça.


     Pe. Lourenço, CSC

     
     
  • Artigo (parte 1): 1 ano de Fratelli Tutti, por Rivaldo Oliveira

    Artigo (parte 1): 1 ano de Fratelli Tutti, por Rivaldo Oliveira

     

    1 ano de Fratelli Tutti, a Encíclica social do Papa Francisco

    Há um ano, o Papa Francisco publicava a Carta Encíclica Fratelli Tutti, sobre fraternidade e amizade social. Em comemoração à promulgação da carta, ao longo de outubro, você encontra, no site da Congregação de Santa Cruz, um artigo, dividido em quatro partes, produzido com base na terceira encíclica do Santo Padre, que busca aprofundar alguns pontos relevantes da Fratelli Tutti como a fraternidade universal, a economia, o trabalho e a opção evangélica pelos mais pobres.

    “Com efeito, São Francisco, que se sentia irmão do sol, do mar e do vento, sentia-se ainda mais unido aos que eram de sua própria carne. Semeou paz por toda a parte e andou junto dos pobres, abandonados, doentes, descartados, enfim, dos últimos” (FT 2).

    Nesta Encíclica, o Papa Francisco apresenta um diagnóstico de algumas tendências do mundo atual que dificultam a fraternidade universal e o Bem Comum. Ele reconhece que houve avanços na sociedade, como por exemplo a União dos países Europeus, o avanço para superar a divisão e o diálogo pela paz, bem como o fim das guerras em alguns países.

    Mesmo havendo tais avanços, o Pontífice evidencia que infelizmente houve algumas regressões na história da humanidade como, por exemplo, à volta a estruturas ideológicas de forte patriotismo, o conservadorismo exacerbado por uma parcela da sociedade, a ganância do homem sobre o homem e a consequente exploração demasiada dos recursos naturais, isto é, da nossa Casa Comum. Eis o que Francisco nos diz:

    A história dá sinais de regressão. Reacendem-se conflitos anacrônicos que se consideravam superados, ressurgem nacionalismos fechados, exacerbados, ressentidos e agressivos. Em vários países, certa noção de unidade do povo e da nação, penetrada por diferentes ideologias, cria novas formas de egoísmo e de perda de sentido social mascarada por uma suposta defesa dos interesses nacionais (FT 11).

    Na presente Encíclica o Santo Padre aborda determinados temas de suma importância para o homem contemporâneo, elementos como a economia, a política de mercado, o trabalho e suas nuances, assim como as consequências de tais temáticas e suas respectivas responsabilidades para a formação e construção de um mundo mais humano e igualitário.

    Percebemos em relação ao quesito economia que houve um grande apogeu no desenvolvimento econômico, sobretudo os países de Primeiro Mundo no qual houve um enriquecimento explícito nas últimas décadas. Porém, não houve um crescimento econômico integral amplo que contemplasse a todos, isto é, um crescimento que vise à partilha e a divisão dos bens comuns numa perspectiva universal no qual todos possuem direitos iguais para receber os benefícios proporcionados por este grande desenvolvimento.

    A este respeito, o Romano Pontífice, denuncia:

    O mundo avança implacavelmente para uma economia que, utilizando os progressos tecnológicos, procurava reduzir os ‘custos humanos’; e alguns pretendem fazer-nos crer que era suficiente a liberdade de mercado para garantir tudo (FT 33).

    Neste âmbito, uma imensa parcela da população mundial vive em extrema pobreza ou em condições sub-humanas, mesmo com todas as novas tecnologias que favorecem as condições de subsistência ao ser humano. Enquanto o mercado financeiro cresce cada vez mais e uma pequena parcela de grandes empresários e latifundiários fica cada vez mais rica, a maior parte da população fica à deriva; à margem deste progresso, aumentando assim cada vez mais a pobreza sistêmica.

    Atualmente boa parte da população continua sem vez e sem voz; o número de empobrecidos aumentou assustadoramente sob o peso e as consequências da crise pandêmica que assola esta segunda década do Novo Milênio. Atento a esta realidade o Papa Francisco escreve exortando a todos em relação à economia de mercado:

    ‘Abrir-se ao mundo’ é uma expressão de que, hoje, se apropriaram a economia e as finanças. Refere-se exclusivamente à abertura aos interesses estrangeiros ou à liberdade dos poderes econômicos para investir sem entraves nem complicações em todo os países. Os conflitos locais e o desinteresse pelo bem comum são instrumentalizados pela economia global para impor um modelo cultual único. Essa cultura unifica mundo, mas divide as pessoas e as nações, porque ‘a sociedade cada vez mais globalizada tornamo-nos vizinhos, mas não nos faz irmãos’ (CV, N.19).  […] em contrapartida aumentam os mercados, nos quais as pessoas desempenham funções de consumidores ou de espectadores (FT 12).


    Bibliografia: FRANCISCO, PAPA. Carta encíclica Fratelli tutti. Sobre a fraternidade e a amizade social (FT). Roma: Librería Editrice Vaticana, 2020.


    Rivaldo Oliveira, CSC

  • O Domingo: 27º Domingo Do Tempo Comum

    O Domingo: 27º Domingo Do Tempo Comum

    Reflexão
    Reflexão

    No 2° relato da criação – o mais antigo, escrito cerca de 900 anos a.C. — Deus é comparado a um oleiro perfeito que acariciou o barro da terra e tirou da argila o ser humano: Adão (palavra que quer dizer “tirado do barro”). Dando nome a todos os seres criados, Adão se torna o gerente de toda a criação, porém, não tem com quem se relacionar de igual a igual – não há nenhum ser vivo parecido com ele. Nem cachorro serve. Deus, então completa sua obra tirando a mulher do lado do homem e de agora em diante ela ficará ao Iado dele, igual a ele em todos os sentidos e direitos. Ela não foi tirada do braço para fazer todos os serviços domésticos, não foi do joelho, da perna, do pé para ficar abaixo dele; ela não é a serva do homem, mas também não um ídolo de Adão.

    Jesus hoje fez alusão ao Matrimônio como sendo um compromisso permanente. Não é descartável, pois é uma união feita na carne, tornado-se um só corpo. Amar no casamento é encontrar na felicidade da pessoa amada a própria felicidade. É preciso conjugar tudo da vida com os verbos do amor: dar e doar, ajudar, cuidar, agradar, fecundar, mudar e perdoar. Esse “perdoar” é muito bonito na teoria, mas na prática é difícil acontecer. Conjugando duas vidas assim com o DAR e o DOAR é possível para um casal comprometer-se no Sacramento do Matrimônio.

    No Evangelho, Jesus também nos leva a refletr sobre mais um Sacramento, aquele que a Igreja oferece para entrar no Reino de Deus: o Batismo, o 1º compromisso do cristão. O Batismo deve ser ministrado a adultos convertidos antes de tudo, ou ainda a filhos e filhas de pais comprometidos na Igreja de Jesus Cristo, na comunidade dos seus discípulos e no matrimônio.

    As crianças pequenas cujos pais têm pouca fé e nenhum compromisso com a Igreja não precisam ser batizadas porque não serâo educadas para crescer na fé. Jesus ama muito todas as crianças, batizadas ou não.

    Hoje Ele disse: “Deixai vir a mim as crianças. Não as proibais, porque o Reino de Deus é dos que são como elas”. Ele abraçava as crianças e as abençoava, impondo-lhes as mâos. Mas Jesus não batizou nenhuma delas.

    Nós, também, queremos abençoar todas as crianças como Jesus fez. Porém, batizar somente aquelas cujos pais se acham capazes de fazer delas verdadeiras discipulas de Jesus Cristo, cristãs integradas na comunidade da Igreja. Se não há compromisso da família, o efeito do Batismo será mínimo, imperceptível, insignificante, apenas uma semente depositada, mas sem condições de brotar. Crescer e dar frutos.

    Para os recém batizados, o Pós-batismo tem que ser uma vida nova. Para que isso aconteça é preciso rezar e seguir os passos e ensinamentos de Jesus. lsso é dever dos pais e dos padrinhos. Chega de ver tantos batizados abandonados e que nâo ouviram falar do Pai do Céu.

    Deus não abandona crianças não batizadas. É Jesus quem disse: “Não desprezem nenhum desses pequeninos, pois eu vos digo que os seus anjos nos cêus vêm sem cessar a face do meu Pai que estâ nos céus”.


     Pe. Lourenço, CSC

     

     
     
  • O Domingo: 26º Domingo Do Tempo Comum

    O Domingo: 26º Domingo Do Tempo Comum

    Reflexão

    Eldad e Medad ensinavam e pregavam, mas não tinham credenciais para fazer isso, pois esse era o papel dos 70 anciãos, preparados para a função de profetas. Os dois foram então denunciados a Moisés por um jovem e Josué, ajudante de Moisés desde a juventude, encarregou-se de pedir que ele os mandasse calar. Moisés, porém, interveio a favor dos dois: ” Se estão falando a verdade, deixem-lhes ensinar”. Ninguém deve monopolizar a VERDADE, pois ela pertence à inteligência. Todo ser inteligente tem o direito à verdade. É a mesma coisa para quem faz o bem. Pouco importa o grupo ao qual ele pertence. A verdade é patrimônio da humanidade.

    Hoje, neste Evangelho Jesus usou palavras fortes: “Se tua mão te leva a pecar, corta-a. Se teu pé leva você à pecar, corta. Se teu olho leva também você, corta”. Tomando essas palavras ao pé da letra, Jesus então afirma que é melhor entrar no céu todo amputado do que pecar e acabar no inferno! O sentido dessas figuras enfaticamente fortes é que devemos extirpar tudo o que se opõe à mensagem de Jesus. O que se deve arrancar é o mau exemplo que a gente dá pecando, porque o mau exemplo pode levar os outros a fazer o mal também. É que cada pessoa deve responder por seus atos seja qual for o grupo ao qual ela pertence! A mentira é sempre um mal, assim como a verdade é sempre um bem. Deus é a Verdade e o Demônio é o pai da mentira. Vivendo num mundo cada vez mais pluralista onde há filosofias diferentes e religiões diferentes é assim. Quando tratamos de crenças, é difícil dizer quem está certo e quem está errado. Para Jesus, pouco importa se quem faz uma boa ação seja de um partido ou de outro, esquerda ou da direita, a sua ação deve ser julgada objetivamente.

    Preocupado, o apóstolo João aproximou-se de Jesus dizendo: “Mestre, vimos um homem expulsar demônios em teu nome. Mas nós o proibimos porque não nos segue”, ao que Jesus retrucou: “Não o proibais, pois ninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim. Quem não é contra nós é a nosso favor”.

    Meus irmãos, nós, católicos, acreditamos que Jesus queria uma só Igreja, isto é, um só rebanho e um só Pastor, assim como ele disse: “Eu sou o Bom Pastor. Tenho outras ovelhas que não estão neste curral. Eu preciso trazer essas também, e elas ouvirão a minha voz. Então elas se tornarão um só rebanho com um só pastor”. (Jo 10,16)

    Infelizmente a realidade de hoje é bem diferente. No Brasil mesmo, existe um leque de religiões diferentes. Diante deste PLURALISMO qual deve ser nossa atitude? Lutar e falar contra? Não é a solução. Quem age em nome de Jesus e não fala contra nós, age em nosso favor! Sabemos que Deus oferece a salvação a todos. Aquele que vive e ensina os valores do Reino de Deus – amor, liberdade, justiça e paz, verdade, autenticidade, alegria, esperança, fraternidade e solidariedade – ele está salvo, pouco importa o grupo ao qual pertence.

    Diante de Pilatos Jesus disse: “Todo aquele que está com a verdade, ouve a minha voz”, ao que Pilatos indagou: “O que é a verdade?”.

    Houve um silêncio e Pilatos saiu. Meus irmãos. Jesus é a Verdade e só condena atitudes falsas como a infidelidade e a hipocrisia… Jesus costumava dizer: “Em verdade eu vos digo (…) eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”. Isso quer dizer que aquela pessoa que sempre busca a verdade, no fundo está buscando a Deus porque só Deus é a Verdade total. A Palavra de Deus é verdadeira e a Palavra de Deus se fez carne na vida de Jesus. Verdade e Vida!


     Pe. Lourenço, CSC

     

     
  • O Domingo: 25º Domingo Do Tempo Comum

    O Domingo: 25º Domingo Do Tempo Comum

    Reflexão

    A presença das pessoas de bem incomoda aqueles que trilham o caminho do mau, sendo a inveja sentimento aliado destes, responsável por nortear suas ações a fim de diminuir o prestígio de quem age certo. Uma pessoa invejosa falando mal de fulano vai sentir-se mais à vontade para agir erroneamente pensando: “agora todo mundo vai saber que este não é melhor do que eu”. Neste sentido, a liturgia deste domingo nos apresenta Herodíades, mulher do governador Filipe, que havia ficado muito incomodada com João Batista por ter denunciado sua união ilegítima com seu cunhado, Herodes Antipas. Com raiva e inveja do precursor, homem santo e querido pelo povo, ela fez com que Herodes o decapitasse.

    Na nossa realidade, a inveja permeia as nossas relações diariamente. Por vezes nos encontramos numa constante busca por fama e poder, pela “necessidade” de uma rivalidade brutal em querer se descobrir maior e melhor do que outro. As mídias nos apresentam e promovem os magnatas, famosos, campeões e modelos – os “maiores” e “mais bem sucedidos” de nossa sociedade – “dignos” de admiração, donos de tronos e reinados imaginários, forjados nas relações de cobiça e poder. Porém, os pensamentos de Deus não são como os pensamentos dos homens, como nos aponta Tiago: “a sabedoria que vem do alto é, antes de tudo, pura, depois pacífica, modesta, conciliadora, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem fingimento” e ainda “Onde há inveja e rivalidade, aí estão as desordens e toda espécie de obras más”.

    Jesus falava do Reino de Deus, realizava milagres e conquistava um número cada vez maior de seguidores que acreditavam que seu Mestre teria poder suficiente para derrubar os romanos e estabelecer o seu Reino sobre as nações. Alguns dos apóstolos de Jesus esperavam ver o Mestre tomar posse de seu reinado e estar junto dele neste dia, porém Jesus havia dito: “O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens, e eles o matarão”. De fato, os apóstolos ainda não haviam entendido e não tinham coragem de perguntar – parecia-lhes absurdo o Messias, rei dos Judeus, ser perseguido e assassinado.

    No caminho para Cafarnaum, os discípulos então continuavam discutindo qual deles seria o maior no dia em que o Messias reinasse. Estando em casa, porém, Jesus perguntou: “o que estavam discutindo no caminho?” Eles ficaram calados, com vergonha de admitir sobre o que haviam falado. Então Jesus, conhecendo o coração dos seus, disse: “Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos”. Esta é a resposta à provocação que a liturgia de hoje nos faz. O maior é aquele que serve com humildade de coração e alegria! Voltemos nossas preces e orações para que, em nossa comunidade, redescubramos o prazer de SERVIR, AJUDAR e fazer coisas GRATUITAMENTE.


     Pe. Lourenço, CSC
     
  • Pe. José Paim: Memória de Nossa Senhora das Dores

    Pe. José Paim: Memória de Nossa Senhora das Dores

    Estamos próximos da memória litúrgica de Nossa Senhora das Dores, celebrada todos os anos em 15 de setembro, subsequente à Festa da Exaltação de Santa Cruz. À memória de Nossa Senhora das Dores une-se a Sexta-feira de Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, dia em que ele se entregou ao Pai pela humanidade e nos salvou do pecado e da morte. Na Sexta-feira da Semana Santa nos unimos aos padecimentos da Virgem Maria, aquela que na hora da morte de Jesus Cristo se unia de modo ímpar e ele, pronunciando o seu sim no silêncio do coração, ainda que trespassado pela dor de vê-Lo morrer na cruz, aceitando com ele o cumprimento da vontade do Pai em obediência total e filial, que aponta para a vitória genuína que destrói o mal e a morte.

    Dos padecimentos da Virgem, a piedade popular colheu o que hoje muitos conhecem e rezam como as “sete dores” de Maria. A primeira dor está ligada à profecia de Simeão a respeito da espada que trespassará o coração de Maria (cf. Lc 2,35); a segunda dor nos recorda a fuga de José e Maria com Jesus para o Egito (cf. Mt 2,13-23); a terceira dor, lembra os três dias que Maria e José procuram Jesus e o reencontram no Templo (cf. Lc 2,41-50; a quarta dor, nos reporta ao encontro de Maria com Jesus indo para o Calvário (cf. Jo 19,25); a quinta, a sexta e a sétima dores nos levam a contemplar os últimos momentos de Jesus Cristo e sua agonia final, isto é, a morte de Nosso Senhor, sua descida da cruz e seu sepultamento. Nestes últimos momentos da existência terrena do Filho, a Mãe permaneceu, como em toda sua vida, unida a ele. Faz-nos bem, especialmente em tempos difíceis e de provação, como os dias atuais, meditar a vida do Filho na companhia de Nossa Senhora.

    O que está recolhido na piedade popular é fruto do que a Igreja medita em Maria, à luz das Sagradas Escrituras e da Tradição da Igreja, sobre o seu mistério materno divino, de mãe e figura da Igreja, que pode ser visto por nós em Jo 19,25-27, evangelho lido na liturgia da memória de Nossa Senhora das Dores e posteriormente no n. 63 da Lumem Gentium, documento do Concílio Vaticano II.

    No quarto evangelho, Nossa Senhora é mencionada duas vezes e em dois momentos altos da vida de Jesus Cristo. A primeira no início do ministério público de Jesus, nas bodas em Caná da Galileia (cf. Jo 2,1-11) e a segunda no fim da vida pública dele, na hora de sua crucificação (cf. Jo 19,25-27). Entre uma cena e outra é possível ver paralelismos que nos possibilitam entender a participação íntima de Maria na vida de Jesus Cristo, o que reforça para nós o dom de sua maternidade divina e sua missão como Mãe da Igreja e nossa Mãe, ela que continua a nos acompanhar com sua intercessão maternal em nossas dores e dificuldades diárias.

    Em Caná, Maria é mencionada por João como a mãe de Jesus e o Filho a chama de mulher. Como mãe, atenta às necessidades da comunidade, no vinho que veio a faltar, ela pede a Jesus e mostra o Filho aos serventes para que a abundância da alegria de Deus se manifestasse na vida do Israel crente. Claro que o relato aponta para a revelação de Jesus como o Esposo da comunidade reunida esperando o seu Senhor, mas também podemos ver aqui a participação de Nossa Senhora na antecipação da hora do Filho em favor da humanidade carente de dignidade, pecadora, privada de amor, tentada ao desânimo.

    Na consumação da vida terrena de Jesus, Maria é novamente referenciada pelo evangelista como a mãe de Jesus e mais uma vez o Filho a chama de mulher e também de mãe quando a entrega ao discípulo amado. O gesto de Jesus de entregar Maria por mãe ao discípulo amado não é mera piedade filial, mas aponta para algo maior, isto é, para a missão dela como Mãe da Igreja, nascida ali na sua morte e ressurreição e por consequência, como nossa mãe. Assim como o Pai revelou o seu amor pelo Filho (cf. Mt 3,17; Mc 9,2-13), Jesus Cristo na chegada de sua hora testemunha o seu amor pela Mãe, aquela que em tudo o agradou. Tudo que Maria viveu, fez e disse foi em perfeita união com Jesus Cristo, inclusive desde a concepção do Verbo divino no seu seio virginal, até o calvário, quando a união da Virgem de Nazaré com seu Filho alcança seu apogeu.

    Nesse sentido, lê-se na Lumen Gentium: “Pelo dom e missão da maternidade divina, que a une a seu Filho Redentor, e pelas suas singulares graças e funções, está também a Virgem intimamente ligada, à Igreja: a Mãe de Deus é o tipo e a figura da Igreja, na ordem da fé, da caridade e da perfeita união com Cristo, como já ensinava S. Ambrósio” (n. 63).

    Porque Nossa Senhora esteve em toda sua vida unida a Jesus Cristo, também no sofrimento dele na cruz, ela participa ativamente em nossas vidas, nas dores da humanidade, na vida dos que padecem e nos ensina que as dores do tempo presente não se encerram em si mesmas, mas tem seu sentido pleno no mistério pascal de Jesus Cristo, na oferta generosa de sua vida ao Pai por nós.

    Ao fazer memória de Nossa Senhora das Dores peçamos que o Senhor reavive em nós a firmeza da fé e da esperança a fim de vivermos em tudo unidos a Jesus Cristo. Peçamos também a Deus, à semelhança de Maria, a graça da sensibilidade, da compaixão e da proximidade nossa aos seres humanos que mais sofrem nos dias atuais. Pensemos, por exemplo, em tantas mães que, a exemplo de Nossa Senhora, perdem seus filhos de modo brutal, neste mundo de tanta violência; pensemos em tantas formas de preconceitos e exclusão que matam e destroem; pensemos nas famílias que perderam seus entes queridos neste tempo de pandemia e peçamos ao Senhor que nos dê a graça de aprender com Nossa Senhora a permanecer unidos a Jesus Cristo e de participar ativamente na vida dos que sofrem.

    Agradeçamos também a Deus por ter inspirado o Beato Basílio Moreau para a fundação da Congregação de Santa Cruz e por nos ter dado Nossa Senhora das Dores como nossa Padroeira. Deus conceda a todos nós, religiosos em Santa Cruz, a graça de renovar nossa vocação e nos comprometer com a missão de anunciar ao mundo que a Cruz de Cristo é nossa única esperança, de formar mentes e corações para Deus e para a sociedade e de, como Nossa Senhora das Dores, nos fazer presentes na vida das pessoas, especialmente dos mais necessitados, de colaborar ativamente na construção e um mundo melhor, mais justo e fraterno. Por fim, que o Senhor envie à Igreja e à Congregação de Santa Cruz jovens que queiram doar suas vidas para o serviço do Evangelho.

    Nossa Senhora das Dores!

    Rogai por nós!


    Pe. José Paim, CSC

  • 23º Domingo Do Tempo Comum

    23º Domingo Do Tempo Comum

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